Como Alfredo não falava nem escrevia bem o inglês, se dedicou a matemática e a ciência, pois não requeriam muita escrita como outras matérias. Intrigados com a dedicação do jovem, seus amigos gozavam dele e diziam: “Cara, estudar pra quê? Você nunca vai ser nada mais que um imigrante ilegal. Guarda o teu dinheiro.”
Aquilo fez nascer um fogo dentro de Alfredo. Em suas palavras:
As vezes eu chorava sozinho e me perguntava, O que estou fazendo aqui? Mas as vozes daqueles que me diziam que era impossível, que eu nunca ia ser nada, me faziam mais e mais determinado, como se um fogo queimasse no meu peito. Eu decidi ser o melhor em tudo o que fazia, e trabalhar mais duro que todos ao meu redor.
O ano era 1988.
Por sua dedicação aos estudos, Alfredo ganhou uma bolsa na Universidade Berkeley da Califórnia, e de lá foi a Escola de Medicina de Harvard, uma das universidades mais conceituadas do mundo.
Hoje, em 2011, aos 42 anos, Alfredo — ou melhor, o Dr. Alfredo Quiñones-Hinojosa — é um dois neuro-cirurgiões mais respeitados do mundo. Trabalha no Hospital John Hopkins em Baltimore, estado de Maryland nos Estados Unidos, onde além de cuidar de seus pacientes, lidera uma equipe que estuda e busca a cura para o câncer no cérebro.
Casado, realizado no que faz, feliz, hoje cidadão americano e muito próspero, o Dr. Alfredo diz que aquele fogo que nasceu dentro dele quando lhe disseram que ele nunca ia ser nada ainda queima:
Eu não tenho medo do fracasso. Acho que o medo é bom, pois lhe faz trabalhar como nunca para evitar o que lhe assusta. Se eu não conseguir a cura para o câncer, não importa. Mas eu creio que se eu dou o melhor de mim para o que faço, o que faço dará o melhor resultado de volta para mim.
Bp. Renato Cardoso
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